
- Se estivesse vivo, o inesquecível “Raulzito”, teria feito 73 anos, ontem. O tempo passou, tudo mudou, mas ele segue sendo cultuado pelas pessoas de todas as idades -
Há 73 anos nascia uma criança destinada a modificar parte do cenário da música brasileira. Dono de uma personalidade excêntrica e de opiniões firmes, o cantor e compositor Raul Seixas ainda continua vivo na memória do povo brasileiro.
O músico é reconhecidamente classificado com um dos expoentes do rock nacional por unir a paixão pelo ritmo e às influências brasileiras, o que o fazia misturar diversos estilos que iam do baião ao brega.
Além das características inovadoras na música, o cantor também era icônico na aparência e na forma de pensar. Sempre com uma longa barba, roupas extravagantes, estilo Beatles nos anos 1970, o músico também trazia nas letras várias críticas recheadas de bom humor, algumas das quais o fizeram ser 'convidado' a ir para os Estados Unidos em um pequeno período de tempo entre 1973 e 1974 pelos militares da Ditadura Militar. A causa: a expressão 'Sociedade alternativa' criada por ele e Paulo Coelho para a faixa de mesmo nome.
Mas, com toda a vida e carreira artística cheia de altos e baixos, o músico foi encontrado morto em 1989, vítima de uma parada cardíaca. Sabe-se que o cantor tinha problemas com álcool e depressão a época que acabaram o levando a morte aos 44 anos.
Com 17 discos lançados em 26 anos de uma carreira iniciada em 1968, quando ele ainda integrava a banda Os Panteras, Raul Seixas é reconhecido pela crítica musical como um dos pais do rock brasileiro. Seu estilo musical, na verdade, tem muito de rock e outro tanto de baião, gêneros que ele conseguiu unir em músicas como Let Me Sing, Let Me Sing.
“Na verdade, ele é o cruzamento do Elvis Presley com o Luiz Gonzaga e o Jackson do Pandeiro”, opina o cineasta Walter Carvalho, que deixou isso claro na abertura do documentário. “Não é à toa que eu decidi começar o filme com Easy Rider, um filme emblemático da contracultura, passando para o Elvis e caindo no sertão com o Luiz Gonzaga,” ressalta.
Toca Raul!
Ninguém sabe como começou, quem foi o primeiro. No meio de um show de rock, alguém gritou e isso virou um bordão, sempre repetido em shows pelo Brasil afora. De tão repetido, o Toca Raul! acabou virando em 2007 tema de uma música do cantor e compositor maranhense Zeca Baleiro.
“Mal eu subo no palco
Um mala um maluco já grita de lá
-Toca raul!
A vontade que me dá é de mandar
O cara tomar naquele lugar
Mas aí eu paro penso e reflito
como é poderoso esse raulzito
Puxa vida esse cara é mesmo um mito”.
Desde 2011, o bordão dá nome a um bloco do carnaval de rua carioca, criado por um grupo de amigos para reverenciar Raul Seixas. A cada ano, o bloco Toca Rauuul! leva cerca de 20 mil pessoas ao seu desfile na Praça Tiradentes, com um repertório que atravessa todas as fases da trajetória do “maluco beleza”, em ritmos diversos.
Fenômeno de comunicação de massa, o culto a Raul tem outros rituais. Um deles é a passeata que todos os anos acontece no dia 20 de agosto – data da morte dele – em São Paulo, com os fãs saindo do Teatro Municipal em direção à Praça da Sé. “Ninguém organiza isto, é uma manifestação espontânea, as pessoas vão chegando e se juntando, já virou uma tradição”, diz Walter Carvalho, que registrou o fato em seu filme.
O legado de Raul na música permaneceu e influenciou diversas gerações de bandas de rock futuras como Camisa de Vênus, Peble Rude, Raimundos e Cachorro Grande, além de artistas como Ana Cañas,entre tantos outros nomes que “beberam” se fartaram na fonte do “ETERNO MALUCO BELEZA”
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