quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

O ETERNO MALDITO BENDITO........

SÉRGIO SAMPAIO - Tem que Acontecer - 1976 - Integrante de um grupo de artistas que, à revelia (principalmente) deles próprios, acabariam sendo rotulados de “malditos” ao longo dos anos 70 (Jards Macalé, Jorge Mautner, Luiz Melodia, Tom Zé e Walter Franco incluídos), Sérgio Sampaio não teve tempo de esperar a redenção, por mais secreta que fosse.
 O disco que planejava lançar em 1994, depois de 12 anos sem gravar, esbarrou num problema: a morte do artista, no dia 15 de maio, após uma crise de pancreatite, previsível diante das angústias e abusos alcoólicos cometidos ao longo de 47 anos de vida. Foram necessários mais 12 anos para que as derradeiras (e incompletas) gravações chegassem ao CD “Cruel”, empreitada de um aplicado discípulo, o cantor e compositor maranhense Zeca Baleiro, que com esse lançamento inaugurou seu selo independente Saravá Discos. Suas composições variam por vários estilos musicais, indo do samba e choro, ao rock'n roll, blues e balada. Sobre a poética de suas composições, em que se vê elementos de Kafka e Augusto dos Anjos, que lia e apreciava, declarou num estudo Jorge Luiz do Nascimento: "A paisagem urbana em geral, e a carioca em particular, na poética de Sérgio Sampaio, possui a fúria modernista. Porém, o espelho futurista já é um retrovisor, e o que o presente reflete é a impossibilidade de assimilação de todos os índices e ícones da paisagem urbana contemporânea." No dizer do cantor Lenine, Sampaio foi um nome marginalizado que equipara a Tim Maia e Raul Seixas, como um dos "malditos" da música popular brasileira. "Tem que Acontecer" foi o seu magnífico disco lançado em 1976. Neste LP foram incluídas as composições "Que loucura", uma homenagem ao poeta tropicalista Torquato Neto, a versão integral do samba-canção "Quatro paredes", "O que pintá, pintou", de autoria de Raul Sampaio, e "Velho bode", em parceria com Sergio Natureza.

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