
- Não há um roqueiro ou até mesmo quem não ficou indiferente ao gênero na época, que não teve “um caso” com esse lendário álbum duplo, um “petardo” insano de uma banda que viva o melhor momento de sua carreira -
DEEP PURPLE – MADE IN JAPAN - 1972 - Simplesmente obrigatório quando se fala em discos ao vivo lançando nos anos 70 ou em qualquer época. O Grupo Havia lançado seu melhor disco de estúdio “Machine Head” e fazia grande sucesso no Japão. Como naquela época todos os concertos eram gravados na terra do sol nascente para serem lançados dentro do país, os empresários ofereceram essa possibilidade ao grupo, que resolveu aceitar sob a condição de levarem seu próprio engenheiro de som, no caso o fenomenal Matin Birch. A banda decidiu ainda que só lançariam o disco se todos gostassem do resultado final. Com o aval da gravadora, a pequena turnê nipônica foi devidamente registrada.
Como o equipamento disponibilizado não era dos melhores, nem o grupo e nem Birch levaram fé na qualidade das gravações e segundo Jon Lord esse foi um dos motivos do sucesso das apresentações. O quinteto imaginou que as gravações não teriam a qualidade almejada e se concentrou em realizar um grande show atendendo as expectativas dos fãs japoneses que viam a banda pela primeira vez. Essa espontaneidade é sentida em todo álbum, notadamente pelo clima de Jam session que o grupo impunha em cada uma de seus temas, improvisando de maneira excepcional, como se cada integrante sentisse a direção que os demais tomariam ao longo das apresentações.
Não há um destaque entre a banda, pois todos estavam no auge, basta ver Ian Paice solando sua bateria como um alucinado em ‘The Mule’, Jon Lord fervendo seus teclados logo na abertura com “Highway Star”, Blackmore perpeutando seu riff antológico de guitarra em “Smoke on the Water” ou mesmo o introspectivo Roger Glover, segurando as bases com uma eficiência acima da média. Todos contribuíram para o sucesso deste disco, mas é difícil não destacar a voz única de Ian Gillan, principalmente no clássico “Child in Time”, onde ele atinge notas altíssimas com uma tranquilidade perturbadora. Quando Glover e Paice, os únicos que apareceram no estúdio, viram a qualidade da gravação e dos temas apresentados, se mostraram surpresos, assim como os executivos da gravadora que decidiram lançar o álbum no resto do mundo, mesmo contra a vontade do grupo. Ainda bem! A sociedade ganhou o melhor álbum ao vivo de todos os tempos. Um clássico absoluto
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