quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Ataques entram em campo a pouco mais de um mês do primeiro turno












              
-A curta corrida até as urnas faz com que candidatos à Presidência utilizem uma arma bastante comum: as acusações. Elas são usadas, principalmente, no horário político. Especialista afirma que ferramenta é eficaz para convencer indecisos -

A pouco mais de um mês do primeiro turno das eleições e com o cenário ainda indefinido, os candidatos à Presidência da República apostam cada vez mais nas acusações contra os oponentes para angariar votos dos eleitores descrentes e indecisos. Segundo as últimas pesquisas, inclusive a feita pelo Jornal Correio Braziliense , a fatia dos entrevistados que pensa em votar em branco ou nulo e que não sabem ou não responderam pode chegar a quase 20%. Para analistas, as acusações, mesmo as mais moderadas, costumam ser armas poderosas em batalhas eleitorais e, com o alto percentual de indecisão, o panorama pode se alterar de forma mais acentuada nos próximos dias.
  Depois que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) indeferiu o pedido de registro da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e, consequentemente, fez com que o nome do petista não aparecesse nas pesquisas, os holofotes dos outros competidores miraram com mais intensidade o postulante do PSL, Jair Bolsonaro. Isso porque Bolsonaro, com a força da internet, lidera os levantamentos das intenções de voto. Como em disputas anteriores, o horário eleitoral e os debates foram os canais mais recorridos para a maior parte das ofensivas.
  Geraldo Alckmin, do PSDB, apostou em veicular um vídeo no qual o capitão reformado grita com duas mulheres: a deputada federal Maria do Rosário, do PT, e uma repórter. Marina Silva, da Rede, ganhou notoriedade no debate da RedeTV! quando disse ao candidato do PSL que não se resolve os problemas do país "no grito e na violência". Já Ciro Gomes, do PDT, e Henrique Meirelles, do MDB, utilizaram as redes sociais e as aparições públicas para criticar o militar. Ciro chamou Bolsonaro de "projetinho de Hitler tropical". Meirelles ironizou a falta de conhecimento econômico do oponente e relembrou o caso da Wal, suposta funcionária fantasma do gabinete do deputado.
Além de Bolsonaro, foco dos ataques, o PT está na mira das acusações. Lula, Fernando Haddad e as mirabolâncias do partido não são poupadas, por exemplo, pelo pedetista Ciro Gomes e pela fundadora da Rede Sustentabilidade, Marina Silva. O cearense provoca quando afirma que o "Brasil não é um laboratório" para o partido e que o PT está ensaiando "valsa na beira do abismo". Enquanto isso, Marina também não mede as palavras em relação a figuras petistas, principalmente, de Dilma Rousseff, que teve direito de resposta no Jornal Nacional, depois de ser citada pela ambientalista.
  O embate entre Marina e Dilma começou em 2014. Após Marina Silva assumir o lugar de Eduardo Campos, morto em um trágico acidente, e disparar nas pesquisas, a candidata petista à reeleição atacou. "Dilma se sentiu ameaçada e adotou um processo de desconstrução de Marina. Foi uma ferramenta eficaz", afirma David Fleischer, cientista político especialista em eleições.
 Tática antiga
 Para Fleischer, a tentativa de convencer os indecisos por meio de ataques é uma estratégia antiga e eficiente, mas que tem sido mais branda nos últimos pleitos. "O jogo mais baixo foi o de (Fernando) Collor que, ao cair nas pesquisas, esperou o fim do programa eleitoral na tevê, quando não precisava mais atender a direito de reposta, para levar uma ex-namorada de Lula que o acusava de ter pedido o aborto da filha. De lá para cá, os ataques subiram o nível", lembra o especialista, sobre a disputa de segundo turno em 1989.
  O direito de resposta, aliás, é um risco que os candidatos correm ao atacar os oponentes. De acordo com a legislação eleitoral, o dispositivo pode ser acionado, se o partido político ou a coligação forem atingidos, “ainda que de forma indireta, por conceito, imagem ou afirmação caluniosa, difamatória, injuriosa ou sabidamente inverídica, difundidos por qualquer veículo de comunicação social”. Até agora, entre os concorrentes à Presidência, somente Jair Bolsonaro solicitou o direito, pois se sentiu ofendido em relação à propaganda tucana, mas o TSE rejeitou afirmando que a gravação “traduz fatos efetivamente ocorridos”.
 Milhões com impulsionamento
 Segundo o TSE, os gastos com impulsionamento de candidatos na internet chegaram a R$ 2.039.108,19, no período entre 16 e 30 de agosto. Esses valores são declarados obrigatoriamente à Justiça Eleitoral. Entre os presidenciáveis, o montante usado em redes sociais foi de R$ 50 mil. Para o cargo de governador, os gastos somam R$ 650.240,00.
  Entre os postulantes ao Senado, as cifras chegam a R$ 330.600,00. No caso da Câmara Federal, o valor é de R$ 597.977,70. Para as assembleias legislativas, o total foi de R$ 398.390,48. E entre os concorrentes à Câmara Legislativa do DF, o gasto chegou a R$ 4.900,00.
Por Murilo Fagundes do Correio Braziliense..............

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