Depois do sucesso absurdo que a turnê do álbum “Brothers and Sisters” (73) trouxe, as coisas foram de mal a pior pelos próximos 16 anos para a The Allman Brothers Band, um dos maiores nomes da história do Rock. Gregg Allman e Dickey Betts, os dois principais compositores nesse período estavam se dedicando as suas carreiras e os demais membros tinham começado outros projetos irrelevantes.
E sobre irrelevância a banda estava tendo toda a propriedade, com 4 anos no topo do mundo, os Allman estavam vindo de uma sequência absurda de discos esquecíveis. É justo dizer que com a presença de Duane, talvez, a banda poderia ter continuado relevante nos anos 70, mas perderia fôlego na década seguinte. Ninguém se mantém no auge criativo por tanto tempo.Tudo mudou por volta de 1988 quando Dickey trouxe dois novos músicos para fazer parte de mais um de seus discos solos —Betts tinha construído uma carreira muito sólida até então — Warren Haynes (guitarras e vocais) e Woody Allen (baixo). Dickey então os apresentou aos antigos membros da Allman e com o ingresso de mais um percussionista, Marc Quinõnes, como um septeto partiu em uma turnê de 20 anos do lançamento do primeiro disco com Gregg no órgão e vocais, Dickey nas guitarras e vocais, Butch e Jaimoe nas baterias e agora com Warren, Woody e Marc.
Assim que a turnê comemorativa foi encerrada, Gregg, satisfeito com a nova formação, decidiu convocar todos os sete para entrarem em estúdio novamente. Um contrato com a Epic Records foi assinado e em 1990 lançaram “Seven Turns” que obteve excelentes críticas. Esse é o álbum que fez a banda renascer, muito mais pela presença de Warren Haynes do que qualquer outro motivo. Haynes é brilhante, compõe, toca no nível que for exigido, seja hard rock, blues, jazz ou contry, canta absurdamente bem e foi o principal responsável pela revitalização de uma banda que por pouco não deixou de existir. No geral, “Seven Turns” é um retorno triunfante depois de quase duas décadas de mediocridade. Tem seu peso com as legais “Good Clean and Fun”; “Loaded Dice” e “Low Down Dirty Mean” apresenta a ambição de retornar as instrumentais com a moderna “True Gravity”, Betts mostrando todo seu lado Country master com “Let me Ride” e a faixa título “Seven turns” que homenageava os nativos americanos, por fim, Gregg em suas melhores performances desde os tempos áureos nas melancólicas “Glambers On” — composta por Haynes — “Shine it On” na melhor maneira que poderiam soar nos anos 90 e, para encerrar o disco, “It Ain’t Over Yet” que mostrava que uma nova fase estava começando. Um lançamento que abriu as portas para as ambições dos anos seguintes e que acabou envelhecendo muito bem.
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