domingo, 8 de julho de 2018

JIMMY SMITH, O MESTRE DOS TECLADOS


                      Ele foi um verdadeiro mestre dos teclados e o responsável por proporcionar uma gigantesca dimensão à esse maravilhoso instrumento. Jimmy Smith foi um dos criadores do soul jazz, influenciado pela música gospel e pelos blues. Em1948, frequentou a Hamilton School of Music, e no período de 1949-1950 a Ornstein School of Music, na cidade de Filadélfia. O primeiro contacto com o órgão Hammond foi em 1951,ganhando sucessivamente o reconhecimento no meio musical, com a sua presença em Nova Iorque, no Café Bohemia e no clube Birdland, e no festival de jazz de Newport, em 1957.
 Quando se fala em JimmY Smith, logo vem à memória a eletrizante “I Got My Mojo Working”, autoria de Preston Foster, grande sucesso de 1976, no álbum “The Best of Jimmy Smith”. É a música com maior solo de órgão da história.
Nascido em 1925, aprendeu a tocar piano ainda menino. Só aos 23 anos entrou na conceituada Hamilton School of Music e ali começou a tocar órgão Hammond. Aos 32 anos estreou no Café Bohemia de Nova York e passou a conhecer o gosto suave do sucesso.
Em mais de 40 anos de carreira, encerrada em fevereiro de 2005, quando morreu dormindo, Jimmy Smith gravou com grandes nomes do jazz e tocou com feras como Wes Montgomery (que influenciou fortemente no estilo de George Benson e um dos maiores guitarristas do jazz), Oliver Nelson e Kenny Burrel.
Antes de chegar ao topo, comeu muita poeira. Teve de abandonar os estudos na 3ª série para ajudar o pai com problemas de saúde. Aos 15 anos alistou-se na Marinha durante a Segunda Guerra Mundial. Como se sentia limitado com o piano acústico, entrou numa loja para conhecer o Hammond. Para entender o instrumento pediu que o dono o deixasse estudá-lo, pagando um dólar a hora, até conseguir comprá-lo. O lojista aceitou, pois passou a atrair clientes.
Quando estourou nas paradas, no início dos anos de 1950, Smith já era expert neste tipo de teclado. Seus solos revolucionaram a maneira de tocar o Hammond. Hoje, poucos pianistas conseguem imitar o seu estilo. Isto quase 61 atrás.
Antes de Smith, nenhum organista conseguiu grande destaque com o instrumento. Nem seu ídolo de infância, Wild Bill Davis, que colocou esse órgão nas Big Bands.
O curioso dessa história é que um agiota ajudou a comprar o Hammond. Em cada show, um capanga estava em seu encalço para ter certeza que estava trabalhando para ganhar o dinheiro que lhe devia. Conseguiu pagar a dívida. No seu primeiro álbum “Bashin: The Umpredictable Jimmy Smith”, de 1962, a música “Walk on The Wild Side” estourou nas paradas dos Estados Unidos. Seu talento no órgão, acompanhado de guitarra e bateria, passou a cativar o público.
O segredo desse hit é a mudança de ritmo, após iniciar sutilmente, para depois entrar num solo quentíssimo, sempre voltando ao tema principal da música, como é a característica do jazz.
Depois disto, Smith grava os álbuns Hobo Flats, The Incredible Jimmy Smith, The Cat (outro grande sucesso no Brasil), Peter and Wolf, numa adaptação de uma peça clássica de teatro de Prokofiev, com cada instrumento assumindo um personagem. Neste caso, Jimmy Smith era o lobo.
A década de 1960 foi marcante, quando ele uniu seu estilo de tocar órgão com a agilidade do guitarrista Wes Montgomery. Dessa parceria surgiu o álbum Jimmy Smith and Wes: Dynamic Duo. A dupla acabou criando diferentes visões do blues, soul e jazz, onde os solos viraram rotina, além de muito balanço. Jimmy Smith fazia música para dançar.
Quem conseguir encontrar nos sebos o álbum Jimmy and Wes: Dynamic Duo, não se arrependerá de ouvir os hits “Night Train” e “Down by The Riverside”, além, claro da lenta “Mybe September”.
Na década de 1990, Jimmy Smith veio ao Brasil participar de um festival de jazz, em São Paulo. Depois do show foi dar uma canja no bairro de Moema. Quem assistiu sua apresentação sabe o que é um excelente organista, um mestre dos teclados. Infelizmente, o que é bom dura pouco.
O último trabalho de Jimmy Smith é uma participação no álbum Legacy, ao lado do organista Joey DeFrancesco, em 2005, pouco antes da sua morte.




 


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