A cena se
repete desde junho de 2013, quando o ronco do asfalto foi ornamentado com
cartazes pedindo a volta dos militares. O apelo à intervenção militar surge nas
mais variadas manifestações públicas —de festas de formatura a protestos de
supostos caminhoneiros. É como se parte dos brasileiros tivesse contraído uma
febre causada pela picada do mosquito transmissor da insensatez.
Uma greve
de caminhoneiros que começa sob a sombra dos empresários e termina com pedidos
de intervenção militar não era greve no começo e deixou de ser de caminhoneiros
no final. Era um locaute —greve de patrões. Considerando-se o que sobrou nas
ruas, virou um cortejo de desordeiros.
Intervenção
militar é um outro nome para golpe militar. Como ninguém gosta da pecha de
golpista, recorre-se ao eufemismo. Vale recordar que o último golpe do gênero,
de 1964, durou 21 anos. Chegou sob aplausos dos civis. Deu em tortura, censura
e atraso institucional.
Por
sorte, muitos querem a volta dos militares, menos a cúpula militar. Pode-se
odiar os políticos e a roubalheira. Mas falar em intervenção militar às
vésperas de uma eleição é como tomar veneno tendo a vacina ao alcance do dedo.
Coisa de lunático.
Por Josias de Souza...
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