Um dos maiores álbuns ao vivo da história do rock completou em 2020, 45 anos de seu lançamento, o primeiro registro ‘live’ do Uriah Heep, intitulado simplesmente como “Uriah Heep Live”. Produzido por Gerry Bron e Ken Hensley, o registro foi lançado em disco duplo. O álbum é praticamente um “greatest hits live”, pois apresentava um tracklist com o que havia de melhor do Uriah Heep, seus principais clássicos representativos, enfim, um belo resumo da carreira discográfica da banda. Se para ser considerado um gigante do rock da década de 1970 precisava de um registro ao vivo, o Uriah Heep, com esse trabalho, consolidou seu lugar no pantaleão do rock.
O desempenho dos integrantes dispensa comentários, pois eles se destacam igualmente e deixava claro que David Byron, de fato, era um talento puro e dono de uma técnica vocal incrível.
Gravado no Birmingham Townhall em janeiro de 1973, o registro provou que a popularidade do grupo estava em alta com o recebimento do certificado de outro pela RIAA pelas vendagens do disco nos Estados Unidos, país que, inclusive, a banda não tem tanto mercado assim.
Com a plateia entusiasmada e o desempenho afiadíssimo do grupo em suas performances, “Uriah Heep Live” sintetiza perfeitamente a energia que tomara conta de seus shows memoráveis. As faixas mais rápidas, como “Traveller In Time” e “Love Machine”, bombaram com força total e potência. Na ocasião, o principal hit do grupo era “Easy Livin’” que, evidentemente, não podia ficar de fora, mas faixas como “Sweet Lorraine”, “Sunrise” e uma versão prolongada da já “quilométrica” “July Morning” sofreram cortes no disco. Aliás, essa última trouxera uma força emocional incrível, que música!. O grupo ia dos versos “semi-pastorais” tendo como apoio os riffs de órgão de Ken Hensley às guitarras uivantes de “wah-wah” em um estalar de dedos.
As tradicionais jams instrumentais da banda não poderiam ficar de fora, como em “Gypsy”, cuja performance dos músicos fez com que a faixa tivesse duração duas vezes maior que a versão original e repleta de solos.
E, como era típico nos shows do Uriah Heep na época, havia o tradicional “Rock And Roll Medley”, onde o grupo fazia seu tributo às suas raízes, com trechos de clássicos do rock como “Roll Over Beethoven”, “Blue Suede Shoes” e “Hound Dog”, por exemplo. E essa sequência de clássicos que finaliza esse discaço. Se for apontar um defeito no play, seria a ausência de “Lady In Black” no tracklist.
Para falar de “Uriah Heep Live” não poderia deixar passar em branco a sua capa. A versão original, típica do começo da década de 1970, apresentava apenas a capa e as páginas centrais com fotos dos integrantes da banda. Porém, havia versões que trazia um livreto interno com oito páginas (que não saiu na versão lançada no Brasil, lógico) que, além das fotografias dos músicos, trazia recortes de jornais e revistas da época críticas e elogios ao grupo.
Esse primeiro registro ao vivo do Uriah Heep é um tremendo clássico, onde um conjunto de treze faixas (incluindo o medley) mostra um desempenho de uma banda tocando com total entrega e com muita energia para dar e vender. Discaço.
A seguir, a ficha técnica e o tracklist da obra.
Álbum: Uriah Heep Live
Intérprete: Uriah Heep
Lançamento: junho de 1973
Gravadora: Bronze (Reino Unido) / EMI (Estados Unidos)
Produtores: Gerry Bron e Ken Hensley
David Byron: voz
Mick Box: guitarra e backing vocal
Ken Hensley: teclados, guitarra e backing vocal
Gary Thain: baixo e backing vocal
Lee Kerslake: bateria e backing vocal
1. Sunrise (Hensley)
2. Sweet Lorraine (Box / Byron / Thain)
3. Traveller In Time (Box / Byron / Kerslake)
4. Easy Livin’ (Hensley)
5. July Morning (Byron / Hensley)
6. Tears In My Eyes (Hensley)
7. Gypsy (Box / Byron)
8. Circle Of Hands (Hensley)
9. Look At Yourself (Hensley)
10. The Magician’s Birthday (Box / Hensley / Kerslake)
11. Love Machine (Box / Byron / Hensley)
12. Rock ‘N’ Roll Medley:
– Roll Over Beethoven (Berry)
– Blue Suede Shoes (Perkins)
– Mean Woman Blues (Leiber / Stoller)
– Hound Dog (Singer / Medora / White)
– At The Hop (Williams / David)
– Whole Lotta Shakin’ Goin’ On (Perkins)
Por Jorge Almeida..............
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