JETHRO TULL - Heavy Horses – 1978 – Na segunda metade da década de 70, o Jethro Tull já era um gigante do Prog-Rock e tinha conquistado do Planeta com o seu som único e altamente personalizado, identificado pelos álbuns conceituais do estilo “Aqualung”, “Thick As A Brick” e “A Passion Play”. Prosseguindo com sua jornada, o grupo na busca de novos horizontes e envolvendo temas rurais e musicalidade celta, mesclada com folk e rock, o Jethro Tull chegava aqui com seu décimo trabalho de estúdio. Simplesmente, uma peça chave na discografia do grupo.
A obra foi aplaudida e aclamada pela crítica em geral, isso devido ao fato de que a banda trouxe nesse período um dos seus trabalhos mais apurados - digamos, musicalmente -, e assim, o que se escuta no repertório são faixas realmente significativas e intensas.
O disco traz pela última vez a partipação do baixista John Glascock e foi todo produzido por Ian Anderson com a colaboração de Robin Black, sendo todo consumado em Londres.
A banda aqui trouxe uma gama maior e mais profunda em relação aos seus trabalhos anteriores e procuraria andar nessa mesma linha durante mais dois álbuns. O disco transita entre as referências já citadas, mas pode-se notar um comprometimento maior com a música celta, pois, realmente entre todas as faixas, se tem a nítida audição desses elementos, mesmo que por vezes mais sutis.
Na época de sua gravação, a vertente musical estava tomando novas direções e novos estilos se apresentavam dentro do cenário musical, mas Anderson, manteria sua vontade e dignidade artística produzindo ao contrário dos modismos de época.
Martin Barre, ex-guitarrista do grupo, alega ter sido esse um dos maiores trabalhos da banda; juntamente ao seu antecessor. Até mesmo as revistas mais populares e conceituadas de época mostraram interesses sob o trabalho do Tull naquele momento. Prova disso seriam as resenhas positivas e grandiosas sobre o disco em questão. Para os fãs, obviamente uma aclamada e saborosa contemplação.
Anderson obviamente segue multi instrumentista e acompanhado de músicos maravilhosos, além de Barre e Glascock já citados. A imponência de "Heavy Horses" é digna e nos traz faixas altamente bem construídas.
Muito interessante se tornam as letras das canções nesse álbum, nitidamente dando ênfase ao tom da natureza e seus percursos e embalados com a vivência real da vida no campo. Os temas são um conjunto bem ramificados com as linhas musicais. Mas é necessário pesquisar algumas das mensagens contidas nas canções, coisas típicas do campo e de localidades são citadas e de forma que por vezes o ouvinte tem que se atentar ao que a mensagem se refere, um exemplo claro disse ponto, seria a faixa "Weathercock", em que a letra se refere ao catavento inserido nos telhados das casas, cuja função seria alimentar a energia eólica. "One Brown Mouse" se dedica em um poema de 1785 que narra um indivíduo tomando chá na sua casa de campo, enquanto um rato está preso em uma gaiola. Em pensamento o homem senti que rato gostaria de ser um humano. "Moths" traz a passagem de duas mariposas ao redor de uma vela e de forma brilhante narra uma espécie de amor entre elas. A canção título" Heavy Horses" mostra o cavalo e a importante participação dele na vida do homem ao longo dos tempos. Essa faixa ganhou um vídeo feito em um celeiro e acaba sendo musicalmente um dos pontos altos do disco. "Acress Wild" mostra um divisor entre a vida rural e a da cidade grande; um paralelo entre as definições entre ambas, desde sexo à forma de interagir.
Podemos definir esse disco como uma obra intacta e muito prazerosa. Realmente um disco ambicioso. A arte do álbum também demonstra e remete a beleza e aguça curiosidade de ouvir o conteúdo inserido. Com informações de Fábio Arthur....
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