segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

QUANDO O PHOLHAS RESOLVEU TOCAR ROCK PROGRESSIVO....

                          

PHOLHAS – Pholhas – 1977 – Disco polêmico que dividiu opiniões e acabou sendo esquecido. Por fazer uma obra tão diferente do que seu público estava acostumado a ouvir, o disco foi um fracasso de vendas (comparado a outros que venderam milhares de cópias) e hoje é objeto de culto pela sua qualidade e sonoridade, chegando a custar algumas centenas de reais as poucas cópias que ainda são encontradas no mercado. Mas é um disco ousado, classudo e moderno, feito por grandes músicos em um momento de criatividade ímpar ...

Os Pholhas são uma banda paulistana que estão na ativa até hoje e tocam músicas em inglês e versões de outros artistas. Sua formação contava à época com Helio Santisteban (teclado), Paulo Fernandes (bateria), Oswaldo Malagutti (baixo) e Wagner “Bitão” Benatti (guitarra), com os quatro se revezando nos vocais.
Esse pessoal faz parte da geração de músicos brasileiros que cantavam em inglês e que boa parte dos ouvintes de rádio da época, achavam que eram estrangeiros, quando na verdade Fábio Junior, Christian (da dupla com Ralf), o finado Jessé e mais uma infinidade de músicos brasileiros que inundavam as rádios brasileiras com o melhor da música internacional “made in Brazil”.
Depois de venderam milhares de cópias dos discos em inglês, os Pholhas passam por uma reestruturação em sua formação. Sai o tecladista e fundador Helio Santisteban que optou em encarar uma carreira solo, e em seu lugar entra Marinho Testoni, ex-Casa das Máquinas. E isto causou uma reviravolta na sonoridade da banda.
A partir da entrada de Marinho, eles abandonam as músicas em inglês para caírem de cabeça na psicodelia progressiva cantada em português. Bitão assume os vocais principais e a banda com a qualidade que sempre teve, divide-se nos backing vocals.
Bem produzido e com uma sonoridade absurdamente incrível, o disco acabou não fazendo a cabeça dos próprios músicos que esperavam ainda mais do resultado do processo de gravação. De instrumental rebuscado, pesado e extremamente técnico, mas sem soar pedante.
A banda criou uma obra que tinha tudo para virar um clássico do rock brasileiro, mas que por algum motivo inexplicável (estranheza do público, não aceitação das rádios, falta de divulgação da gravadora) não aconteceu. Poderia ter feito par com várias obras clássicas do cancioneiro nacional. Mas caiu na obscuridade e acabou sendo redescoberto graças ao garimpo de colecionadores e aficionados por esse tipo de obscuridade.

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