quarta-feira, 28 de outubro de 2020

GRATEFUL DEAD: A VIAGEM NUNCA TERMINA

Uma das maiores bandas da história da música, uma verdadeira instituição californiana, o Grateful Dead surgiu por volta de 1965 e literalmente tocou fogo no sistema, se tornando um modelo inspirador para a vida e para os negócios. Fez mais de 2300 shows e cerca de 170 álbuns ao vivo foram lançados (sem serem oficiais,evidentemente)., provando ao mundo que a música tinha poderes que ultrapassavam a compreensão dos ditos “cidadãos comuns”.
O Grateful Dead encerrou suas atividades após a morte de Jerry Garcia em 1995, com mais de 35 milhões de álbuns vendidos ao redor do mundo, e doze de seus membros selecionados para o Rock and Roll Hall of Fame, em 1994.
Pouco importa a sua opinião sobre a música da banda, por que mesmo depois de tantos do seu encerramento, o grupo tem até hoje uma legião planetária de fãs e seguidores, conhecidos como “deadheads”. LONGA VIDA AO DEAD.

A HISTÓRIA
O Grateful Dead foi uma das bandas de maior longevidade da história do rock, tocando durante mais de 25 anos para platéias radicais. Geralmente associada ao movimento hippie e ao uso de drogas sua influência vai muito além disso.
O embrião do Grateful Dead foi a banda Warlocks (ou Warlords, não se sabe ao certo), formada por volta de 1964 pelo guitarrista e vocalista Jerry Garcia (que tocava profissionalmente em bandas country), Robert Hunter (letrista), Ron McKernan (vocalista e tecladista), Bob Weir (guitarrista e vocalista), Phil Lesh (baixista) e Bill Kreutzmann (baterista). O som folk adotado ao início aos poucos foi mudando para o que viria a ser conhecido como psicodélico. Em meio ao "verão do amor" e com o LSD ainda legalizado nos Estados Unidos, encontraram-se em meio aos grandes grupos de hippies que participavam de esperiências grupais de uso de ácido. O som da banda pretendia reproduzir os efeitos de uma viagem de LSD, era baseado em improvisos e portanto praticamente imprevisível. Conta a lenda que o nome definitivo da banda foi escolhido em um dicionário. Grateful Dead é a libertação dos espíritos presos à terra. O nome era um indicativo do objetivo que desejavam alcançar com sua música.
Em 1967 começaram suas primeiras experiências de estúdio, obviamente não conseguindo reproduzir em gravações a mesma espontaneidade e experimentalismo que surgiam em apresentações ao vivo. Seu primeiro sucesso de vendas seria o álbum ao vivo, Live/Dead de 1969. Sua audiência eram imensas e seus shows se tornaram lendários apesar do quase nenhum sucesso nas rádios. Alguns escândalos (geralmente envolvendo drogas, claro) viriam a tornar a banda bastante conhecida.
No começo da década de 70, com o fim da era hippie e da apologia às drogas o Grateful Dead mudou seu direcionamento musical, passando a produzir álbuns de melhor aceitação musical (não abandonando as turnês intermináveis). Seu primeiro grande hit viria apenas em 1987, com a música Touch Of Grey do álbum In The Dark. A banda participou também de turnês e gravações com Bob Dylan (que resultaram no clássico Dylan and The Dead).
Jerry Garcia morreu de um ataque cardíaco em agosto de 1995 em meio a um tratamento de reabilitação. A banda foi oficialmente declarada encerrada.

LONG STRANGE TRIP ----
Em 2017, o mais improvável sucesso da história do rock'n roll ganhou vida na tela grande através do polêmico documentário LONG STRANGE TRIP, que abordava a trajetória da aparentemente retardatária banda "Grateful Dead" que inventou sua própria política de distruibuição ao se recusar a entrar no esquema comercial das gravadora da época e se tornou um dos grupos mais lucrativos da história.
Long Strange Trip, o filme de Amir Bar-Lev, que tem Martin Scorsese como produtor executivo, mergulha nas histórias da banda californiana que completou 50 anos em 2015, e traz à tona todas as particularidades do Grateful Dead, durante as suas quatro horas de duração.
Nenhum detalhe é deixado de lado, como as causas que levaram à morte do frontman Jerry Garcia. Em determinado momento, os membros remanescentes da banda refletem sobre o que poderiam ter feito quando o vocalista caiu no vício em heroína.
“Isso mostra o quanto é solitário quando as pessoas querem acabar com você e não te deixar em paz, porque elas te amam até a morte”, diz Mickey Hart, baterista. “É meio trágico.”
Long Strange Trip também possui passagens sobre como as exigências das gravadoras fizeram com que a banda jogasse tudo pro alto e passasse a fazer apenas turnês. Para o baixista Phil Lesh, foi “uma das melhores coisas que o Grateful Dead já fez”.
A banda cedeu ao diretor material inédito e nunca divulgado, incluindo imagens deles trabalhando as harmonias de “Candyman”, em 1970. Bob Weir diz que não se lembra de nada disso. Também há imagens de seus shows de “despedida” de 1974, com um Jerry Garcia chapado reclamando do público.
Aliás, os problemas de Garcia de lidar com a fama e a pressão de cuidar da banda são um dos temas centrais do documentário. Sua filha, Trixie, aparece em cena para falar sobre o dano que a banda gerou à vida familiar do guitarrista.
Mas parece que a banda não ficou tão feliz com o resultado final. Após a exibição em Sundance, o Grateful Dead sentou para conversar com o diretor Bar-Lev, e pediu que incluíssem material da banda após a saída de Garcia. O diretor contesta: “Baseado em nossas conversas com a banda, me certifiquei de que o filme aponte para o futuro.”
Weir diz que o lado sombrio do documentário é “contrabalanceado pela própria música. Muitas das histórias do filme são bem pesadas, mas existe uma luz que brilha sobre tudo isso”. E Hart define: “É atrativo e sincero. Mas é triste de alguma forma. Não é um filme para um encontro. Eu não levaria minha esposa para assistir.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário