quinta-feira, 23 de julho de 2020

OBRA FUNDAMENTAL DA DISCOGRAFIA NACIONAL........


                               
Uma das bandas mais importantes da história da Música Brasileira, o inesquecível Som Imaginário surgiu no final dos anos 60 e lançou 3 discos que são verdadeiros clássicos da psicodelia nacional.
O homônimo disco de estréia do Som Imaginário aconteceu em 1970 e bebia da fonte do rock psicodélico, mas pinçava elementos do rock progressivo, folk e MPB, mostrando um bom-humor nas letras e total criatividade nos arranjos.
Uma estrutura sonora incrementada com guitarras wah-wah, órgão sessentista, percussão matadora e o vocal de Zé Rodrix aparecendo na maior parte das músicas. O poderoso agrupamento era uma verdadeira academia da imaginação sonora: Wagner Tiso (piano e órgão), Tavito (violão), Luiz Alves (baixo), Robertinho Silva (bateria), Frederyko (guitarra), Naná Vasconcelos (percussão) e Zé Rodrix (órgão, percussão, voz e flautas).
O elepê abre com a faixa “Morse”, um tema com riffs marcantes e a latinidade característica de Rodrix em ação. “Super God” sugere um ritmo flamenco, mas descamba mesmo pra lisergia pura, com vocal distorcido, guitarras ácidas e experimentos sonoros. “Tema dos Deuses”, de Milton Nascimento, tem participação do próprio nos vocais, num vôo mais progressivo, com breve escala no Clube da Esquina. Altas doses psicodélicas e climão paz e amor nas faixas“Make Believe Waltz”, “Sábado” e na anárquica “Nepal”… hipongas pacas.
A primeira versão de “Feira Moderna” (de Fernando Brant, Beto Guedes e Lô Borges) aparece aqui, com letra original e que depois seria modificada na versão de Beto Guedes, contida no disco Amor de Índio, de 1978. “Hey Man” é outro ponto alto do disco com uma levada contagiante e letra alfinetando o regime militar, no embalo da Copa de 70. O disco fecha com a bela“Poison”, composição de Rodrix em parceria com o cultuado músico Marco Antônio Araújo (que só lançaria seu primeiro álbumInfluências, dez anos mais tarde e que morreria em 1986, em decorrência de um aneurisma cerebral).
 Um disco obscuro que já mostrava a competência desta turma de cabeludos que pregava a paz e o amor livre, e acreditava em um mundo melhor… A melhor definição do ideal do Som Imaginário, está nas palavras de Milton Nascimento: “Um grupo com liberdade de pensamento político, e também sob o efeito de alguma magia, com tendência a rebeldia...” Obra fundamental da discografia nacional e que foi impressa com três capas diferentes. Do Woodstocksound....

Nenhum comentário:

Postar um comentário