sábado, 5 de outubro de 2019
ALADDIN SANE, UMA DAS GRANDES OBRAS DE DAVID BOWIE
E lá se vão 46 anos de um dos álbuns mais lendários da música. Aladdin Sane, do singular David Bowie, traz uma mistura de influências que vão desde as guerras mundiais e o holocausto, passando pelo livro “Vile Bodies” de Evelyn Waugh, chegando ao aspecto glam rocker dos músicos da época, sem esquecer da evidente inspiração tirada dos Stones. Foi escrito na estrada durante a turnê de seu álbum anterior, The Rise and Fall of Ziggy Stardust and The Spiders From Mars, sob pressão da gravadora. E podemos dizer que esse foi o único caso em que trabalhar sob total pressão deu certo.
Não se trata exatamente de um álbum conceitual, embora o material tenha uma certa lógica. Segundo Bowie à época de seu lançamento, “as músicas não eram para formar um álbum conceitual, mas, olhando agora, parece definitivamente haver uma ligação de uma para outra”.
A obra de Aladdin Sane já começa pela capa, feita pelo fotógrafo Brian Duffy que retrata o cantor com um raio, (curiosamente o símbolo da Panasonic) pintado em seu rosto, exibindo uma espécie de caricatura andrógina e ao mesmo tempo alienígena que até hoje é lembrado pelos fãs com verdadeira paixão. Foram dezenas de fotos e Bowie escolheu sua preferida, que se tornaria uma das imagens mais emblemáticas da música e de sua carreira. Pronto, a primeira parte de Aladdin Sane já estava cravada na história.
O disco abre com a bem trabalhada Watch That Man que mostra clara influência de Stones, enquanto que a próxima faixa, Aladdin Sane, tem no seu título um trocadilho com a frase “A lad insane”, um rapaz insano. Os anos que se seguem em companhia ao nome da canção (1913 – 1938 – 197?) fazem referência às datas anteriores ao inicio da Primeira e Segunda Guerra Mundial, respectivamente. Já o terceiro ano seria a véspera da Terceira Guerra Mundial, que poderia acontecer no ano do lançamento do álbum. Vale destacar o solo de piano suave e impecável desta música.
Drive In Saturday é a próxima da lista e chega trazendo o saxofone em melodia suave e letra apocalíptica, que em conjunto com os belos backing vocals torna-se uma das mais adoráveis do disco, que faixas depois faz surgir Cracked Actor, um dos destaques do álbum. Com letra pesada cita o uso de drogas e prostituição e vem com um instrumental que chama a atenção: belos riffs, gaita poderosa e viradas engenhosas na bateria.
A poética e performática Time mais uma vez apresenta o belo piano como personagem principal que em dueto com a intensa interpretação de Bowie traz uma sensação quase teatral.
O disco ainda conta com The Prettiest Star que é uma regravação saída de um single de Bowie de 1970; Let´s Spend the Night Togheter, cover mais rocker dos Stones e muito bem executado e The Jean Genie, grande clássico inspirado em Iggy Pop e no escritor francês Jean Genet, que traz uma batida levemente blueseana, destacando a gaita carismática.
Lady Grinning Soul encerra essa fantástica viagem com um piano dramático e performance suave de Bowie para a apaixonante declaração de amor feita à musa de Brown Sugar dos Stones, a cantora Claudia Lennear.
Vale destacar também o incrível trabalho dos músicos envolvidos e o excelente backing vocal de Linda Lewis, que ajudaram a dar a identidade certa para o álbum, que é uma verdadeira referência musical. Do Blog cademeuwhiskey....
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