sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Acervo Bispo do Rosário se torna Patrimônio Cultural do Brasil


O Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural se reuniu, na tarde da quarta-feira (19/9), e, por unanimidade, decidiu tornar o acervo do artista sergipano Arthur Bispo do Rosário patrimônio cultural do Brasil.
O acervo é formado por 805 peças, entre elas estandartes, indumentárias, vitrines, fichários, móveis, objetos e vagões de espera. Diversos materiais foram utilizados na elaboração das obras, como vidro, madeira, plástico, tecidos, linhas, botões, gesso e itens recolhidos do lixo e da sucata.

O artista, que morreu em 1989, ganhou destaque com as obras confeccionadas em tecido, como o Manto da apresentação. Destacam-se também as faixas de misses e os fardões. Nelas, nota-se a maestria do artista no uso da agulha e da linha.
A História de Arthur Bispo do Rosário
Nascido em 1909, Bispo do Rosário viveu os últimos 50 anos de sua vida como interno na Colônia Juliano Moreira, até 5 de julho de 1989. Foi lá, por volta dos anos 60, após receber um “chamado divino”, que iniciou o seu processo de fazer “um levantamento de todas as coisas do mundo”, como costumava dizer. Um enorme inventário que representasse sua passagem pela terra, como um verdadeiro testemunho.
Um rico, detalhado, autêntico e genuíno registro de um cotidiano fisicamente limitado, composto por coleções de utensílios como talheres, pratos, copos, potes, vasos, pneus, roupas, vassouras, sapatos, vidros, telhas, e moedas, até estandartes mantos minuciosamente bordados com descritivos de situações da sua vida.
Mesmo sem se considerar um artista, mas um fazedor de coisas, Bispo do Rosário foi apreciado e admirado, ainda em vida, pelo meio da arte. Após sua morte é consagrado como um dos mais inventivos artistas brasileiros, graças à primeira exposição abrangente realizada sobre sua obra, em 1989, por Frederico Morais, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage

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