segunda-feira, 19 de março de 2018

Brasil precisa de um governo desenvolvimentista, que acelere a industrialização


     
A nosso ver, esta eleição precisa ser vencida por um candidato desenvolvimentista, que faça o resto das reformas, que infelizmente são necessárias, mas não exatamente como pretende o governo Temer, porque devem ser reformas transparentes, baseadas em auditorias e debatidas abertamente no Congresso, pois tudo isso pode fazer em apenas seis meses. Depois disso, o Brasil abre cancha para crescer sustentadamente de 4% a 6% ao ano e talvez até mais, por longo tempo, como aconteceu nos anos 70, já que possui grande desemprego e capacidade ociosa.
O Brasil é um país jovem, que tem tudo ainda por fazer, e isso gera muito emprego, produção e renda. Mas precisa de um projeto que privilegie a industrialização, único caminho para diminuir a desigualdade de renda.
ESTATAIS – É compreensível a indignação com abusos praticados em nossas empresas estatais e mistas. Realmente tem horas que dá vontade de “jogar fora a água suja do banho com bebê e tudo”. Mas não devemos de jeito nenhum “jogar fora o bebê”, apenas a água suja do banho.
O fato é que países agrários e fornecedores de matéria-prima vegetal/animal/mineral, produzem uma renda per capita máxima de US$ 6 mil por ano. Países Industrializados, que abrigam subsidiárias de empresas transnacionais, são dependentes, mas melhoram, chegando no máximo a uma renda per capita de US$ 20 mil.
O Brasil está a meio caminho, com renda per capita de US$ 11 mil. Para haver o “pulo do gato”, só se industrializando com criação de maior número de grandes empresas com matriz no Brasil. Aí chegamos a uma renda per capita como os EUA (US$ 60 mil) e até mesmo como os países escandinavos (US$ 90 mil).
SÃO FATOS – Não se trata de palpite. A História Econômica nos mostra isso. Portanto, fica claro que precisamos nos preocupar em produzir capital e indústrias aqui no Brasil, e visar a uma renda per capita próxima da dos EUA. A participação do governo esta empreitada é fundamental, não operando como Empresário, mas protegendo, criando infra-estrutura, planificando, etc.
Ninguém carrega o piano para os outros. Nós mesmos temos que carregar nosso piano e fazer nossa industrialização. Em determinados setores monopolistas e estratégicos, devemos fazer como outros grandes países e preservar estatais sem influências políticas, que realmente funcionem.
EXEMPLOS – O conglomerado Ambev, hoje Anheuser-Busch-InBev é o que proponho fazermos. A liderança do grupo é de três brasileiros: Jorge Paulo Lehmann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Hermann Telles, que se expandiram para o mundo, e a maior parte do capital está em mãos de brasileiros.
A nosso ver, a JBS, que virou uma transnacional com matriz no Brasil, só agrega riquezas para a economia brasileira. Seu lucro de lá fora, com as subsidiárias no exterior, cedo ou tarde vem para o Brasil, e no dia que venderem aquelas filiais, o capital retorna ao Brasil. O importante é a Matriz ser do Brasil.
Mas é claro que isso não quer dizer que os métodos empregados para a JBS se expandir rapidamente, com capital subsidiado pelo governo, tenha sido os mais produtivos e justos em relação a outras empresas do setor.
Por Flávio José Bortolotto...

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