sábado, 2 de dezembro de 2017
QUANDO A GENIALIDADE E A AMIZADE SE ENCONTRAM
O Mestre Manoel de Barros certa vez afirmou que: a importância de uma coisa há que ser medida pelo encantamento que a coisa produza em nós. Na música brasileira existem vários exemplos dessa sensação e um deles é com certeza o encontro de Tom Jobim e Edu que gerou momentos de encantamento poético/melódico perpetuados num disco por eles gravado em novembro de 1981 com o simples titulo de Edu & Tom, Tom & Edu. A parceira veio demonstrar que o encontro de gerações pode e deve ser estimulado, pois neste caso, cada um trouxe além do talento inigualável, a característica individual que cada um tem sobre o processo de criação, sendo Edu Lobo "filho" da Bossa Nova e Tom Jobim um de seus mais importantes criadores, demonstrando que a fronteira entre gerações neste caso só existiu para complementar-se e enriquecer mais ainda o lado belo da vida.
Convidado para participar como pianista numa das faixas de um LP que Edu Lobo estava preparando com a presença de inúmeros músicos e cantores, Tom Jobim ao adentrar nos estúdios iniciou a introdução de Pra dizer adeus, de Edu e Torquato Neto e pediu também para participar da gravação de Canção do amanhecer, de Edu e Vinicius de Moraes. Sob os olhares atentos do produtor Aloysio de Oliveira, este viu que existia uma perfeita sintonia entre os dois artistas e sugeriu então que Edu Lobo e Tom Jobim dividissem inteiramente o disco entre eles, modificando a idéia original da concepção do LP. O resultando foi brilhante, com elogios de ambas as partes, com Edu referindo-se a Tom Jobim como o traço mais amplo e perfeito de todos os arquitetos musicais que conhecia e Tom lembrando-se do menino que viu crescer e que se transformou num homem talentoso e musico respeitável pois, alem de belas canções, arranja, escreve, rege, canta e toca violão.
O repertório do disco é composto de musicas de ambos, todas inesquecíveis como, Ai, quem me dera, Tom Jobim e Marino Pinto; Pra dizer adeus, Edu Lobo e Torquato Neto, Chovendo na roseira, Tom Jobim; Moto contínuo, Edu Lobo e Chico Buarque; Ângela, Tom Jobim; Luiza, Tom Jobim; Canção do amanhecer, Edu Lobo e Vinicius de Moraes; Vento Bravo, Edu Lobo e Paulo César Pinheiro; É preciso dizer adeus, Tom Jobim e Vinicius de Moraes e Canto triste, Edu Lobo e Vinicius de Moraes.
Um disco para se ouvir sempre todas as vezes que se quiser apreciar momentos inesquecíveis da musica popular brasileira. Com informações de Luiz Américo Lisboa Junior
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