
MUTANTES - Tudo Foi Feito Pelo Sol – 1974 - Um dos maiores grupos do rock nacional, e talvez o mais apreciado no exterior, o Mutantes revelou ao mundo um trio capaz de fazer chover no final da década de 60, através dos nomes de Rita Lee (voz, flauta, percussão), Sérgio “Serginho” Dias (guitarra, vocais) e Arnaldo Baptista (baixo, teclados, voz). O grupo entrou a década de 70 com mais dois membros: Arnolpho Lima “Liminha” Filho (baixo) e Dinho Leme (bateria). Como quinteto, o grupo chegou no auge da carreira, ao mesmo tempo que viu Rita Lee construir uma carreira solo em paralelo, que levou-a sair do Mutantes, graças também as influências progressivas que o grupo passou a adotar após seu quinto álbum.Depois da saída de Rita Lee, o Mutantes investiu pesado no progressivo. Nesse período, influenciados principalmente por Yes, constroem um álbum conceitual que acaba barrado pela gravadora do grupo, a Polydor. Arnaldo desiste de ser um Mutante, e logo depois, Dinho e Liminha também abandonam o barco. Sérgio Dias fica sozinho, mas decide manter o Mutantes na ativa. Então, chama para o baixo Antônio Pedro, e também os ex-Veludo Elétrico Rui Motta (bateria) e Túlio Mourão (teclados). Essa formação estreia em Tudo Foi Feito Pelo Sol, a estreia do grupo também na Som Livre, e que mostra para o mundo como o Mutantes podia concorrer palmo-a-palmo com os grandes britânicos. Tirando os rocks básicos de “O Contrário de Nada é Nada” e “Eu Só Penso Em Te Ajudar”, esse LP é um tratado essencial sobre o progressivo nacional. Os teclados de Túlio fervem ao lado da performance impecável de Serginho, acompanhados por uma cozinha repleta de vigor e peso. Além disso, o grupo desenvolve o lado vocal, chamando a atenção pelas belas melodias e harmonias tipicamente Yes, que podem ser conferidas na linda faixa-título, a qual parece ter saído de Tales from Topographic Oceans (Yes) tamanha semelhança das linhas de teclados, guitarra e vocais, bem como o andamento da mesma. O virtuosismo é enaltecido na fantástica “Pitágoras“, uma instrumental onde os duelos entre Túlio e Serginho são de tirar o fôlego. “Deixe Entrar Um Pouco d’água no Quintal”, “Cidadão da Terra” e “Desanuviar” complementam o LP, com um saldo extremamente positivo, que faz do mesmo ser considerado pelos fãs dessa fase do grupo como o melhor pós-Rita. A versão do relançamento do CD saiu com três bônus, as quais são as canções pertencentes ao compacto “Cavaleiros Negros”, lançado no mesmo ano: “Cavaleiros Negros“, um épica faixa com mais de oito minutos de muitas experimentações e intrincadas partes; “Balada do Amigo”, uma linda canção ao piano, e “Tudo Bem“, um rock’n’roll do mesmo nível de “O Contrário de Nada é Nada”. Por Mairon Machado...
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