segunda-feira, 21 de outubro de 2019

CLÁSSICO OBRIGATÓRIO, INDISPENSÁVEL....


                                         
WISHBONE ASH - "Argus" – 1972 - Lançado em 28 de Abril de 1972, "Argus" é o mais conhecido disco dos Wishbone Ash, além de ser considerado o melhor trabalho da banda pela imensa maioria dos fãs e críticos. Contando com o seu line-up clássico - Martin Turner (vocais e baixo), Andy Powell (guitarra e vocais), Ted Turner (guitarra e vocais) e Steve Upton (bateria) -, Wishbone Ash concebeu um dos mais belos registros dos anos setenta. O álbum foi gravado no De Lane Sea Studios, em Londres, em janeiro de 1972, e teve produção de Derek Lawrence, que havia produzido os três primeiros LPs dos Deep Purple, e o engenheiro de som do disco foi Martin Birch, que mais tarde se tornaria famoso por trabalhos ao lado do Iron Maiden.
 As sete faixas de "Argus" trazem uma alquimia entre o rock progressivo, o folk e o hard rock, resultando num som ímpar. Mas a principal característica é indiscutivelmente o brilhante trabalho de Powell e Turner na construção de belíssimas melodias nas guitarras, que se entrelaçam em arranjos complexos, levando o ouvinte para outras dimensões. "Argus" é o ponto zero das guitarras gémeas. Por mais que algumas bandas já tivessem experimentado essa característica nos seus sons, foi neste disco que o conceito foi definido, de maneira sólida e definitiva.
O LP abre com "Time Was", uma bela introdução acústica, que serve de base para os vocais de Martin e Ted Turner. Após esse trecho, a faixa evolui para longos instrumentais repletos de inspiração, antecipando o que estava para vir. A balada "Something World" é cantada por Martin Turner com uma forte carga de emoção, o que torna a faixa ainda mais arrepiante. Destaque para os delicados arranjos e solos de guitarra, mostrando que não é preciso tocar à velocidade da luz para se ser considerado um grande instrumentista. A mudança de andamento no meio da faixa leva a um trecho muito mais animado, novamente com longas passagens instrumentais entrecortadas por ricas harmonias vocais. Sensacional! "Blowin' Free", uma das músicas mais conhecidas dos Wishbone Ash, vem a seguir, e é impossível, mesmo passados mais de quarenta e cinco anos após o lançamento original, não nos arrepiarmos com o riff inicial da canção. Os vocais são divididos entre Martin Turner, Ted Turner e Andy Powell, num resultado final sublime. Essa faixa é simplesmente um hino, perfeita para pegar a estrada sem rumo e sem destino.
"The King Will Come", dá sequência ao album. As guitarras dessa faixa são um show à parte, alternando-se entre riffs inspirados e solos furiosos, isso sem falar nos vocais, agora divididos entre Martin e Andy, quase espirituais em certos momentos. Uma composição brilhante! "Leaf and Stream" acalma o ritmo, e aqui percebe-se claramente as influências celtas no som dos Wishbone Ash, principalmente pelas linhas vocais de Martin Turner. Os solos esbanjam classe e delicadeza, mostrando todo o talento de Andy Powell e Ted Turner. Uma óptima canção acústica. O disco fecha em grande estilo, com duas das suas melhores faixas. "Warrior" é um hard com grandes melodias, alternância de andamentos e um refrão marcante. Já "Throw Down the Sword" surge nas colunas evoluindo sobre uma bela harmonia de guitarras e culminando com um solo duplo sensacional, onde as duas guitarras se cruzam e se complementam. Uma coisa que chama a atenção ainda hoje é o timbre alcançado por Andy Powell e Ted Turner no disco. As guitarras soam puras e limpas, sonoridade essa que realça ainda mais todos os detalhes dos riffs e arranjos presentes no álbum. O impacto de "Argus" foi imediato. O disco foi muito bem aceite pelos fãs e pela crítica. A revista inglesa Sounds Magazine elegeu-o como álbum do ano. O sucesso foi tamanho que um público muito maior que o habitual começou a ir aos shows dos Wishbone Ash, transformando a tournée de divulgação do LP numa das mais concorridas de 1972-1973.
Em 1991 "Argus" teve sua primeira edição em CD, e como atractivo extra para os fãs trouxe a faixa "No Easy Road", originalmente lançada como b-side do single de "Blowin' Free", como bônus. Em 2002 o disco ganhou uma reedição remasterizada, que trouxe três faixas lançadas originalmente no EP promocional "Live from Memphis", de 1972 - "Jail Bait", "The Pilgrim" e "Phoenix" -, gravadas ao vivo pela banda nos estúdios da WMC FM. Finalmente, em 2007 foi lançada esta Deluxe Edition, que inclui seis faixas gravadas ao vivo num evento chamado BBC in Concert - "Time Was", "Blowin' Free", "Warrior", "Throw Down the Sword", "The King Will Come" e "Phoenix" -, e duas registradas durante as famosas BBC sessions - "Blowin' Free" e "Throw Down the Sword". A tournée de "Argus" gerou o estupendo duplo ao vivo "Live Dates", lançado em 1973, que traz quatro faixas do álbum - "The King Will Come", "Warrior", "Throw Down the Sword" e "Blowin' Free" -, além de versões antológicas de "The Pilgrim" e "Phoenix", essa última com mais de dezessete minutos de duração. "Live Dates" é um dos melhores registros ao vivo dos anos setenta, obrigatório em qualquer colecção de hard rock.

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