sábado, 10 de agosto de 2019

O SUPER GRUPO QUE NÃO DECOLOU


                                
- Blind Faith foi uma magnífica banda de blues rock que reavivou a chama de um dos melhores guitarristas do mundo. Clapton viu um novo trabalho, um potencial de perfeição musical, mas nem imaginava o que lhe esperava. - 

Blind Faith foi um supergrupo do fim do anos 60 de blues rock. Um daqueles que você nunca ouviu falar e provavelmente nunca vai ver alguém com uma camiseta na rua. Qual é a deles? Não era somente uma banda, mas uma superbanda, formada por integrantes de sucesso de outras bandas já conhecidas e reconhecidas.Eric Clapton acabara de sair do Cream, onde teve desavenças com o vocalista e baixistas Jack Bruce. Ele levou consigo o baterista Ginger Baker, também famoso pela energia que demonstrava no Cream. Steve Winwood era o tecladista do Traffic, banda de enorme sucesso na Inglaterra, mas que não resistiu ao conflito de ego de seus músicos. O baixista, Rick Grech, havia deixado o Family, banda britânica bem sucedida de rock progressivo.
A carreira da banda não foi longa, já que só durou um ano e ainda foi mais arrastada que segunda-feira. Eric Clapton não estava gostando do som que eles conseguiram tirar, não estava satisfeito com as gravações e não conseguia se concentrar com o grupo. Durante a única turnê que fizeram unicamente por questões contratuais, Clapton se divertia mais com a dupla Delaney & Bonnie, improvisando um blues mais certeiro e eficaz.
 A capa polêmica
A capa original do disco retrata uma menina de 11 anos, ruiva, com os seios à mostra, segurando um avião em formato fálico. Não é necessário dizer o quanto esta capa chocou e como foi censurada (tanto que há uma segunda versão, liberada para reprodução).
A história é incomum. O fotógrafo natural dos Estados Unidos Bob Seidemann fez amizade com Eric Clapton em sua passada pela terra da rainha e foi solicitado pelo mesmo para fazer a capa do álbum de um novo projeto do guitarrista. A ideia de Seidemann estava inspirada pela chegada dos astronautas americanos à lua, mas ele solicitara uma virgem para segurar a aeronave futurista, feita sob encomenda por um joalheiro irlandês da Royal College of Art.
Era época da revolução sexual, as pessoas estavam aproveitando seus corpos sem muitos pudores, por isso Clapton e Seidemann não conheciam nenhuma virgem. Foi quando o fotógrafo viu uma menina com roupa de colegial numa estação de metrô e deu seu cartão (assustador!).
A garota se interessou e marcou um jantar com o fotógrafo e seus pais (que eram amigos de Allen Ginsberg). Todos concordaram com a ideia, mas Seidemann achava que a garota, de 13 anos, já estava velha. Já tinha "passado do ponto", segundo ele. Entretanto, sua irmã mais nova, de 11 anos era perfeita para a sessão. A foto foi tirada e batizada de Blind Faith, nome que Clapton adorou e adotou para seu novo projeto.
A gravadora não gostou muito da ideia, mas era pegar ou largar. Ou o disco sairia com a capa, ou não sairia disco nenhum. Então 750 mil cópias saíram na versão despudorada, enquanto o restante, vendido para o mercado conservador americano, saiu com uma capa inofensiva da banda.
Superturnê
Os produtores da gravadora e da turnê do Blind Faith queriam algo espetacular, queriam muitas vendagens e exposição em demasia dos membros da banda. Todos eram famosos e podia gerar um lucro enorme para as empresas envolvidas, mas essa não era a experiência que os membros, principalmente Clapton, gostariam de ter. A vontade de Clapton era poder voltar a tocar em clubes anonimamente, sendo só mais um guitarrista, não um rock star, capa de revista e visado por paparazzos.
Além do disco, há também a gravação do show no London Hyde Park, em 1969, em que 100 mil fans se aglutinaram para ver o supergrupo. Do Collectors,room....

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